Enchente Rio de Janeiro

Este texto foi criado em maio de 2011
Ajuda-me Senhor Jesus
Preparar o meu terreno
Viajei por esse mundo
E vi que o mundo é pequeno
Se fizer caminho no mar
Eu quero passa correndo.

Quem anda despercebido
Passa por cima e não vê
É bom evitar o mal
Antes da raiz crescer
Se o mal for muito grande
Procure se defender.

Quem corre fica cansado
Quem caminha sempre alcança
Não existe tanta pobreza
Aonde existe esperança
Feliz de quem envelhece
Com o coração de criança.

Este mundo está mudado
A coisa tá ficando feia
Tanto malandro na rua
Roubando as coisas alheia
Advogado de ladrão
Tem que parar na cadeia.

Vou mudando de assunto
Procurar outro roteiro
Vou falar do nalfrágio
Lá do Rio de Janeiro
Tanta gente morrendo
Gritando com desespero.

Jesus está castigando
Até os cegos estão vendo
Muitos estão brincando
Sem pensar no que está acontecendo
As pedras descem dos morros
Em lama se derretendo
  
Vamos parar para ver
Que Jesus está castigando
Tanta gente morrendo
Outras ficam brincando
As pedras grandes caindo
As serras se desmanchando.

Muita gente perdeu tudo
Não tem dinheiro no caixa
Olha em volta e não vê nada
Fica de cabeça baixa
Até o próprio cachorro
Procura o dono e não acha.

Era grande o desespero
Uma gritaria, outros gemendo
A terra cobrindo tudo
E tanta gente morrendo
As pedras caiam da serra
A terra se derretendo.

Muita gente não esqueceu
Este grande acontecido
Pensando nos seus parentes
Que podiam ter morrido
Quase mil pessoas morreram
E muitos desaparecidos.

Jesus está castigando
É apenas um aviso
Não faça muita maldade
Façam o que é preciso
O carnaval neste mundo
Pra muitos é um paraíso.

Feliz de quem escapou
O nosso bem é a vida
Quem  perdeu todo dinheiro
Acha que não tem saída
Pense num Deus verdadeiro
Tem tudo: família, casa e comida.

Tem quatro coisas no mundo
Que é preciso agente aprender
Primeiro saber amar
Segundo saber sofrer
Terceiro aprender lutar
Quarto saber vencer.

No naufrágio lá do Rio
Morreram centenas de gente
De muitos que escaparam
Ainda hoje estão doentes
Se quiser se divertir
Rogue a Deus primeiramente.

Se agente for pensar
No que está acontecendo
Vamos olhar com carinho
Para aqueles que estão sofrendo
Enquanto uns se divertem
Centenas estão morrendo.

Muitas famílias morreram
Por não achar saída
Feliz de quem escapou
Com seu maior bem que é a vida
Que confia em Jesus
Tem paz, roupa e comida.

Muitas pessoas lastimavam
A triste situação
Pior foi quem morreu
Ficou debaixo do chão
Felizes foram as pessoas
Que Jesus pois sua mão.

Muitas ruas foram cobertas
De terra, pedras e madeira
As pessoas pelos mortos
Era grande a choradeira
As pedras desciam dos morros
A terra parecia cachoeira.

Era grande o desespero
Uns gritavam, outros gemiam
As pedras grandes descendo
Enquanto as casas caiam
As ruas que eram bonitas
Logo desapareciam.

Eu assisti bem de longe
Aquela fatalidade
A terra cobria tudo
Desapareceu a cidade
Os ricos ficaram pobres
Sofrendo necessidade.

Amigo vamos pensar
O dinheiro não é tudo
O filho do  rico se orgulha
Com seu dinheiro grande
Filho de pobre também
Se forma com pequeno estudo.

Portanto vamos rezar
Pra alma do que morreram
Muitos foram soterrados
Por lama, terra e balseira
Quem saiu vivo nesta história
Digam que nada perderam.

Foi um fato comovente
Para o Brasil inteiro
Tanta gente se acabando
Era grande o desespero
Não queiram morar na serra
Lá do Rio de Janeiro

Escrevi esta história
Foi grande esta surpresa
Quem perdeu parentes lá
Hoje chora de tristeza
Vamos confiar em Deus
Que nos dar força e certeza.

Se entre os desaparecidos
Tiver algum sobrevivente
Por favor escreva uma carta
E mande para seus parentes
Que a morte de um filho
Deixa um pai e uma mãe doente.

Assim aconteceu
A tragédia inesperada
Que vai servir de exemplo
Até pra quem não sofreu nada
Nunca façam invasão
Nestas áreas arriscadas.

E assim leitor amigo
Escrevi o que eu sabia
Vamos pensar neste povo
Que sofreu tanta agonia
Escrevi esta história
Mas não foi com alegria.

Assim terminei esta história
Vou em outra direção
Viajei para o Mato Grosso
Junto ao meu irmão
Pra conhecer as matas
A gente, mata e sertão.

Viajamos duas semanas
Cada um com uma maleta
De longe avistamos
Uma camionete preta
Era de um grande fazendeiro
Cujo nome é Zé Capeta

Ele parou o seu carro
E falou: oi seus velhinhos
Vocês andam perdidos
Por estes grandes caminhos
Entrem no carro que não
Posso deixar sozinhos.

Com uma hora de viagem
Eu fiquei admirado
Chegamos na fazenda
Do berranteiro afamado
Disse ele estão em casa
Pode ficar sossegado.

Amanhã bem cedo
 Vou atender um chamado
E vou fazer um show
Para o governo do Estado
Podem comer e dormir
E ficar bem sossegado.

Eu falei ao patrão
Nos precisamos trabalhar
Estamos sem dinheiro
E precisamos viajar
Disse ele tenham calma
Amanhã quando eu chegar

Porém quando chegou
Chamou um dos seus rapazes
Vá levar estes velhinhos
Pra Capital de Goiás
Entregue para a família deles
Pois estão velhos demais

Quem mora perto de Pedro
Também fica mentiroso
Acha que numa mentira
Há um paladar gostoso
Homem que mente demais
Não pode ser bom esposo.


 Enchente no Rio está entre as mais fatais nos últimos 12 meses no mundo

           Inundações desta semana na cidade mataram mais do que em qualquer parte do mundo em 2010.

As enchentes no Rio de Janeiro esta semana já causaram mais mortes do que qualquer outro incidente semelhante em 2010 em qualquer parte do mundo. Nos últimos 12 meses, a inundação no Rio foi a quinta mais fatal do mundo.

No Rio de Janeiro, a maior parte das mortes foi causada por deslizamentos em Niterói e no Rio de Janeiro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que as pessoas deixem suas casas nas regiões em que ainda há riscos de deslizamentos. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que "a situação é caótica".
Trechos do Jornal Estadão
07 de abril de 2011.